Eu era do tipo que achava estranho quando alguém dizia que conheceu um parceiro pela internet. Confesso — torcia o nariz. Pensava logo em golpe, em conversa fiada, em gente maluca. E, olha, tem mesmo uns malucos por aí. E umas malucas também. Não é pouca coisa.
Mas… aconteceu comigo.
E foi tão natural, tão tranquilo, tão certo... que eu nem percebi quando deixei de achar estranho e passei a agradecer por ter sido assim.
Começou com uma conversa simples. Mas tinha algo diferente ali. Uma calma, uma presença, uma leveza... Algo dentro de mim sabia — e ele também parecia saber. A gente não precisou discutir se era seguro, se era certo, se era cedo. A gente só foi.
Não parecia um estranho. E eu também não me sentia em perigo. Era como se nossas almas já soubessem alguma coisa uma da outra. Como se estivéssemos só retomando uma história que já tinha começado muito antes do primeiro “oi”.
Acho que o fator mais importante (e um dos mais gostosos também) em um relacionamento à distância/virtual é a comunicação efetiva e honesta.
Quando não se tem o toque, o olhar ou a rotina compartilhada do dia a dia, a palavra ganha um peso enorme. É na troca de mensagens, nas conversas longas, nos áudios nervosos e nas confissões desajeitadas que a conexão se constrói. Cada conversa se torna um encontro em si. E mais do que quantidade, o que importa é a qualidade daquilo que se diz — a sinceridade, a vulnerabilidade, o esforço mútuo de se fazer entender e de entender o outro.
É curioso como, mesmo separados por quilômetros, é possível se sentir mais próximo de alguém que fala com o coração do que de quem está ao lado, mas não sabe escutar ou não tem coragem de se abrir. A distância exige presença de outro tipo — uma presença intencional, que se prova nas palavras escolhidas, no tempo dedicado e na atenção oferecida.
Claro que a distância pesa. A saudade machuca — muito mais do que eu imaginava. Mas, por incrível que pareça, também deixa tudo mais bonito. Mais romântico.
Porque a gente aprende a amar com palavras. Com silêncios. Com a espera do próximo encontro. Cada mensagem vira abraço, beijo e aconchego.
E a saudade vira, ela mesma, uma forma de dizer “eu te amo”.
Eu achava que amor à distância era só pra quem tivesse muita coragem. Hoje percebo que, às vezes, é só questão de ter paz. A paz de reconhecer quando é verdadeiro. Uma paz inexplicável de saber que aquilo era nosso, que Deus estava nos conduzindo. Quando não parece um risco — porque não é. Quando parece um plano bem traçado — porque é.
Dá certo, sim. Amor à distância dá certo. Amor online dá certo. Amor — quando é amor de verdade — encontra caminho até por Wi-Fi.
Hoje, quando olho pra ele, ainda me surpreendo. Ainda acho lindo pensar que tudo começou com uma notificação. Uma mensagem tímida. Uma tela acesa num dia qualquer. E virou tudo.
Ele é meu lugar firme em meio à travessia conturbada pelo mundo — estável, presente, atento, cuidadoso. Ele organiza o caos com leveza, sem alarde, me encanta com seus gestos, com a forma como dá espaço ao meu caminho sem se afastar do meu lado. Ele protege sem prender, observa sem vigiar, e se alegra comigo até nas coisas mais banais.
Ele é meu parceiro de alma — alguém que não apenas caminha comigo, mas também compreende e respeita o que se passa dentro de mim, mesmo quando nem eu entendo muito bem.
Ao lado dele, a vida não precisa ser perfeita: ela pode apenas ser nossa.
E isso, pra mim, é amor em sua forma mais segura e bonita.
Mesmo num mundo confuso, desgastado e até perigoso, é possível viver um amor puro, ter apoio e a paz que excede a todo o entendimento — quando se caminha com o coração voltado para o essencial.
Eu creio na bênção de Deus sobre os relacionamentos honestos, que caminham — em aliança e em fidelidade — rumo a um mesmo objetivo.
E é isso, encontrei o amor da minha vida pela internet!
Sou muito grata. Por ele, por nós, pelo momento certo, pelo meio como nos conhecemos, por termos mergulhado juntos nessa… E, principalmente, por Deus, que me surpreendeu com uma benção muito maior do que um dia pude sonhar.
Viva a conexão!